Devemos apoiar Israel ou Palestina?

Caros irmãos, que o Deus de toda paz, mediante o seu Filho, Jesus Cristo – o príncipe da paz –, nos alcance neste dia com a luz do seu Evangelho: a palavra da reconciliação, a qual nos foi confiada, a fim de não somente sermos por ela reconciliados com Deus e com os homens, mas também com o fim de sermos os portadores da boa notícia do Evangelho da paz a todas as nações do mundo.

Com respeito aos últimos acontecimentos, não devemos nos desesperar nem nos assombrar, como se, porventura, estivessem ocorrendo eventos que não foram primeiramente anunciados nas Escrituras. Deus já nos advertiu de tudo o que teria lugar nos últimos dias, como sinal de sua vinda iminente. Antes, como advertiu o nosso Senhor, devemos levantar os olhos para o Alto, sabendo que nossa redenção se aproxima.

Entretanto, há outra coisa a que precisamos atentar: como devemos nos comportar diante dos eventos finais, que são provocados e movidos pelo espírito político-religioso (babilônia temporal e babilônia espiritual), como manifestações do amadurecimento da iniquidade? Acerca disso, temos muito a comunicar, embora nem todos estejam espiritualmente crescidos para compreender. Falarei, todavia, a quantos tiverem ouvidos para ouvir, que desejam, de fato, ser aprovados por Cristo em sua vinda. Venha comigo, passo a passo.

MEU REINO NÃO É DESTE MUNDO. Essa é a suprema verdade com respeito ao reino de Deus, anunciada de primeira mão pelo próprio Jesus Cristo. Mas o que isso quer dizer? Ora, isso significa que o reino de Deus não é da terra, nem pertence a nenhuma etnia, nem ao mundo geográfico, nem a alguma circunscrição política, própria de Estados soberanos deste mundo, nem mesmo à nação de Israel. Com efeito, quando Jesus foi indagado por Pilatos, se ele era o rei do judeus, qual foi a resposta de Cristo? O MEU REINO NÃO É DESTE MUNDO. Logo, o seu reino não é terreno, nem humano, nem judeu, nem gentio, nem do Oriente, nem do Ocidente. Será que nos esquecemos que o reino de Deus NÃO VEM COM VISÍVEL APARÊNCIA, e que se, porventura, nos disserem: o reino de Deus está aqui, ou está ali, não devemos ir, pois o reino de Deus está dentro de nós? Ora, o reino de Deus é o reino (autoridade e legislação) dos céus que se instaura dentro do homem. Não tem o reino de Deus relação nenhuma com territórios, nem com a luta que empreendem, em nome de Deus, por rincões sagrados e tacos de terras, como se Deus fosse sem-terra. Desde a manifestação de Cristo, mudou-se a dispensação, e tudo o que antes era entendido do ponto de vista material e terreno (a terra prometida, o templo sagrado, as ofertas sacrificiais, os sacerdotes humanos, os dias, e os meses e os anos santificados…), tudo isso deve ser agora compreendido como realidades espirituais, ou como eventos que acontecem dentro do homem. Afinal, a terra a ser conquistada é o coração humano, onde os inimigos de Deus, por usurpação, instauraram um império de iniquidade e violência. É Cristo, o Josué-maior, aquele que venceu para tomar posse do seu reino, no coração humano. Com a espada do Espírito, que é a Palavra de Deus, Jesus entra no coração do homem para aniquilar todos os inimigos, isto é, todos os eus (os heteus, e os girgaseus, e os amorreus, e os cananeus, e os ferezeus, e os heveus, e os jebuseus), que procuram tomar o lugar do Eu Sou. Basta ler com atenção as Escrituras, para perceber que a Jerusalém antiga dá lugar à nova Jerusalém (a igreja); o templo antigo dá lugar ao templo vivo (a igreja); os inimigos humanos dão lugar aos inimigos espirituais (a carne, o mundo, o pecado, o deus deste século); o campo de batalha dá lugar ao coração do homem (a carne militando contra o espírito, e o espírito militando contra a carne); a inimizade já não é entre nações, em que a escolhida deva aniquilar a pagã, mas a inimizade é entre Deus e o mundo, entre o espírito e a carne, entre o reino do Filho e o império das trevas, no interior do homem. Quanto às nações, já não há mais diferenças. Antes, a todos deve ser pregado o Evangelho do reino de Deus, a começar de Jerusalém. Portanto, quanto a esse primeiro ponto, entendamos definitivamente que nossa luta não é contra carne nem sangue, mas contra as forças espirituais que lutam contra nós nas regiões celestiais, a saber, em nosso coração e consciência. Sendo assim, não devemos tomar posição política a favor deste ou daquele reino, EM SUAS GUERRAS, pois onde há violência, a despeito de qualquer pretexto, o nome de Deus não é glorificado. Com isso, passemos para o segundo ponto.

DEUS É LUZ, E NELE NÃO HÁ TREVA ALGUMA. Há duas declarações na Bíblia que muito me chamam a atenção: a primeira é quando Jesus diz ser ele a luz do mundo; a segunda é a afirmação, do próprio Jesus, ao declarar que NÓS SOMOS A LUZ DO MUNDO. Afinal, quem é a luz do mundo? Jesus ou a igreja? Ora, a igreja é o corpo de Cristo; logo, se ela é o seu corpo, Cristo e a igreja formam uma unidade (cabeça e corpo), o novo homem: luz do mundo. Isso é muito significativo, pois implica que assim como Cristo iluminou o mundo com a verdade do Evangelho, deve a igreja (o seu corpo) fazer o mesmo. Deixemos isso mais claro: Deus é luz; Jesus é luz; a igreja é luz. Assim como Jesus é a expressão exata de Deus, que não pode ser visto, assim a igreja deve ser a expressão exata de Cristo, que o mundo não pode ver. Dizer que Cristo é a luz do mundo é afirmar que ele manifesta a realidade que é Deus; dizer que a igreja é luz do mundo é afirmar que ela deve manifestar a verdade que é Cristo. Ou seja, a verdadeira luz é aquela que expressa com exatidão, sem treva alguma, a realidade que é Deus, a verdade que é Cristo. Assim, se quereis ver a Deus, olhai para Cristo; se quereis ver a Cristo, olhai para a igreja. Dura tarefa essa nossa! Bem, mas o que isso tem a ver e com o quê? Imagino Cristo andando entre nós nesses nossos dias… o que ele falaria acerca das guerras, em que milhares de inocentes morrem a cada minuto, assim como morrem também homens, mulheres, crianças, velhos, cristãos, judeus, muçulmanos, ateus, indecisos, sem nenhuma distinção? O que Cristo falaria acerca dos poderosos que, em nome do poder temporal, enviam para a guerra jovens que não querem matar, que não têm rivalidades, mas que em nome de um nacionalismo são obrigados a matar e a morrer? Onde está a luz do Evangelho, que nos ensina a ser luz? Ser luz? O que é isso? Como pode ser isso? A luz resplandece por meio das obras (Mt 5.14-16). Ou seja, quando procedemos segundo o Evangelho, a luz brilha, e o mundo pode ver a Cristo. Assim, pergunto: para onde foi o dar a outra face? O entregar a túnica? O caminhar a segunda milha? O guardar a espada, pois quem com lança mão da espada, à espada perecerá? Onde está o princípio da não-violência? O dar a César o que é de César? Afinal, somos discípulos de Moisés ou discípulos de Cristo? (Jo 9.27-28). Se ainda não alcançamos tudo isso, comecemos pelo acreditar que Cristo fala a verdade; daí prossigamos com oração pedindo a Deus misericórdia para que tais verdades encontrem lugar em nosso coração; então, passaremos a desejar por tais coisas; até que, enfim, tenhamos tal fé nelas, que seremos capazes de sermos fiéis a verdade que liberta.

A mensagem que de Jesus recebemos, a qual devemos pregar é o ministério da reconciliação. Assim, diante do atual quadro de guerra e violência em que o mundo se encontra, nosso único desejo e discurso devem ser a Palavra da reconciliação.

Oremos, pois, pelos nossos irmãos judeus e Palestinos, russos e ucranianos, assim como todos os que sofrem na guerra e que se encontram em meio ao fogo cruzado de líderes maus e perversos. Quanto a estes, pedimos a Deus misericórdia, e que a luz da verdade lhes ilumine o entendimento, a fim de que promovam a paz entre todos os homens.

Alexandre Rodrigues,
Em amor…

Maranata! Ora, vem, Senhor Jesus!

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